Explicar os resultados obtidos porque ele provoca um “encruamento” ou elimina tensões superficiais não devem ser considerados.
Da mesma forma, o aumento da dureza superficial que ele provoca (tanto menor quanto maior a dureza original) só tem aplicação quando relacionado à resistência ao atrito o que, sem dúvida, é uma solução importante, mas não explica suas demais conseqüências.
Os mais característicos efeitos do shot peenig, dos quais resultam e explicam a maioria de suas aplicações são:

1 – O martelamento cria uma tensão de compressão (+) uniforme em toda a superfície jateada. Tratando uma chapa fina, em apenas um doa lados, paradoxalmente, ela se deforma, com a convexidade para o lado jateado. A tensão de compressão criada pelo impacto das partículas, e equilibrada pela deformação da lâmina, resulta um gráfico de movimentos na sua secção transversal. Note-se que , na parte superior, a tensão positiva ~e permanente e atinge pequenas profundidades. Os demais valores são tensões elásticas decorrentes da deformação. Jateando a superfície oposta com a mesma intensidade (de modo análogo que o anterior) as duas tensões superficiais se opõem, a deformação desparece e o gráfico de momentos se altera.

2- O martelamento provoca a compactação e a selagem da microporisidade superficial dos metais.

3- A rugosidade provocada pelo impacto de superfícies esféricas tem características interessantes no que diz respeito ao deslizamento e a retenção de lubrificantes.
Conceito de intensidade de peening:

O conceito de intensidade pe intuitivo. Quanto mais pesado o martelo, a operação de martelamento será mais intensa. Quanto maior a velocidade de uma partícula no momento do impacto mais violenta será sua ação. Matematicamente, a intensidade “I” está relacionada a massa “M” e a velocidade de “V”.
I = MV2/2

A valiar a intensidade partindo da fórmula é praticamente impossível. Em geral, as esferas de aço ou vidro, são fornecidas dentro de faixas de granulometria e seu diâmetro pode varia por desgaste. A velocidade média também não é fácil de se determinar quer usando ar comprido quer unidade turbinadas. Por outro lado, especificar uma determinada intensidade a ser reproduzida indicando as diversas variáveis envolvidas como material (aço ou vidro), granulometria, pressão ou rotação da turbina, ângulo de ataque, distância, tempo operacional, entre outros, não oferece a precisão e a confiabilidade requeridas em operações de “shot peening”.
Método de Almen

É o processo internacionalmente adotado para especificar a intensidade do jateamento. Parte do princípio de que deformações iguais em chapas finas padronizadas correspondem a aplicações com iguais intensidades. Almen padronizou três tipos de plaquetas de aço iguais em dimensões, dureza, planicidade, acabamento etc. variando apenas a espessura.

Tipo “N” 0,032″ ± 0,001″
Tipo “A” 0,051″ ± 0,001″
Tipo “C” 0,094 ± 0,001″

Padronizou também um bloco de apoio das plaquetas e um dispositivo com micrômetro comparador para medir a flecha de deformação. A plaqueta “N” é usada para pequenas intensidade como as obtidas, em geral com esferas de vidro. As do “C” são as mais empregadas e as do tipo “A” para grandes intensidades, geralmente granalha de aço aceleradas com bicos de pressão ou turbinas.

O processo é simples. A plaqueta selecionada é constada ao dispositivo com micrômetro e este zerado, aproveitando-se para inspecionar a planicidade. A plaqueta é fixada, com o lado em que foi feita a primeira medição para baixo. O bloco de apoio é posicionado em gabaritos de modo q que a plaque a ele fixada fique em posição que coincida com a exata superfície da peça a ser tratada. Jateado o dispositivo, movimentado-se o jato e/ou as peças , nas mesmas condições a serem reproduzidas futuramente nas peças reais, a plaqueta é retirada e levada ao micrômetro e meda a flecha no mesmo ponto, no lado não jateado.
Essa leitura, em polegadas ou milímetros é o que se denomina Número de Almen, por exemplo:

0,010A a 0,015A (polegadas) ou 0,25A a 0,38A (mm)

Quer dizer que a intensidade a ser aplicada na peça deve estar compreendida entre os limites que provoquem deformações na plaqueta “A” entre 0,010 e 0,015” (0,25 a 0,38 mm). As vezes são indicados número como 0,010A2, em que o “2” nada mais é do que uma especificação de que deve ser adotado o segundo teste de Almen. Como há muitos anos o primeiro já foi descartado, atualmente, essa referência já começa a ser dispensável e cada vez menos usada.

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